quinta-feira, 22 de outubro de 2009

FERNANDO PESSOA


FERNANDO ANTONIO NOGUEIRA PESSOA. Hoje achei que deveria dizer alguma coisa sobre este poeta português que tem a capacidade incrível de metamorfosear-se em outros tantos. A ânsia de pluralidade encontrada em todos os artistas, escritores e poetas de seu tempo, me parece maior em Pessoa. Ele precisou afastar-se de seu próprio "eu", e mergulhou em outros tantos "eus" para, talvez, entender melhor o que se passava à sua volta.
Cada um de seus outros "eus" via as coisas à sua própria maneira, aumentando dessa forma sua capacidade de consciência do mundo, mas, quando olho de um outro ângulo, e a partir das palavras do próprio poeta o que percebo é que ainda criança o poeta encontrou uma forma de jamais estar sozinho : "Desde criança tive tendência para criar em meu torno um mundo fictício de amigos e conhecidos que nunca existiram. Não sei se realmente não existiram, ou se sou eu que não existo. Nestas coisas, como em todas, não devemos ser dogmáticos". Talvez esta tenha sido a sua maneira de achar, não sua outra metade, como alguns já devem ter lido no Banquete - Platão, mas suas muitas metades, e cada uma delas com a capacidade de torná-lo inteiro.
E vou transcrever abaixo uma poesia encontrada em suas OBRAS COMPLETAS que mostra que Pessoa precisou repartir-se para unificar-se, para buscar respostas, para formular perguntas, para conhecer-se, para caminhar na fusão do eu com o mundo. E ele nos mostrou sua grandeza, clareia ainda hoje nossos caminhos e embeleza nossas existências, transformando-nos de um ou de outro modo, à partir de sua absoluta capacidade de transformar-se. O nome da poesia?

EROS E PSIQUE
Conta a lenda que dormia
Uma princesa encantada
A uem só despertaria
Um infante que viria
De além do muro da estrada

Ele tinha que, tentado,
vencer o mal e o bem
Antes que, já libertado
Deixasse o caminho errado
Por o que a Princesa vem

A Princesa adormecida
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida
verde, uma grinalda de hera.

longe o Infante, esforçado
Sem saber que intuito tem,
rompe o caminho fadado.
Ele dela ignorado
Ela para ele é ninguém

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro
E, vencendo estrada e muro
Chega onde em sono ela mora

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra a hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.







terça-feira, 20 de outubro de 2009

QUER GANHAR UM LIVRO?




Participe do Concurso "EM TEMPO DE VAMPIROS"
acesse o forum da comunidade no endereço: www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=13952608.
Boa sorte!

Pedaço do Meu Coração





Peter Robinson, e eu o conheci através da minha filhinha emprestada, mas que eu amo de paixão Ana Paula que foi a associada nº 1 desta locadora. A primeira pessoa que acreditou que seria possível, e eis-nos aqui, juntas, até hoje. mas chega de divagar, foi ela quem me apresentou o autor, e olha que deveria ser eu a apresentar autores a ela, mas nem sempre é desse jeito que acontece. Ela o trouxe, e eu me apaixonei. Adoro policiais, e por ler demais, em alguns momentos mais do que gostar, eu acabo precisando deles. E, como minha amiga P.D.James, nunca considerei o gênero policial como subliteratura, mas quando saímos de vários livros cuja leitura, por motivos vários, é mais demorada, e nos exige muito, nada como um ótimo policial para ajudar a relaxar.
E este autor vale muito a pena. Acabei de ler: PEDAÇO DO MEU CORAÇÃO, e a história nos diz sobre dois crimes acontecidos num grande intervalo de tempo, e que acabam se interligando. E enquanto acompanhamos os dois detetives separados por gerações, com métodos e visões diferentes em relação à vida, mas ambos criteriosos em seus trabalhos, e igualmente dedicados, temos o prazer passear pela história do começo das grande bandas de rock: Pink Floyd, Led Zeppelin, e outras que trazem enorme preocupação ao nosso detetive de 1969, pai de uma filha adolescente que se depara, pela primeira vez, com a mistura explosiva de "sexo, drogas e rock'n' roll'.
Acredito que, uma vez começado, dificilmente você conseguirá largá-lo antes do término dessa jornada inesquecível que desvenda o lado oculto e violento da geração paz, amor e harmonia.
E aproveite para ler também, do mesmo autor: BRINCANDO COM FOGO e PERTO DE CASA

domingo, 18 de outubro de 2009

João Ubaldo Ribeiro domingo 18/10/2009


Acabo de ler a crônica do João Ubaldo no Globo, e mais uma vez fico aqui morrendo de inveja por não saber escrever como ele, e como outros tantos. Ele traduziu o meu sentimento, e colocou num texto tudo o que eu gostaria de dizer sobre o que ele chama de "máquinas de ler livros", citando o "Kindle".

Como alguém que ama livros, ama ler, e por isso mesmo vem há 18 anos resistindo como dona de uma Locadora de livros, acho também bastante estranha a conversa de que essa inovação é incrível. Não sei, mas o que me parece realmente incrível é pegar o livro na mão, sentir a textura das páginas, olha a capa e ficar ansiosa para abri-lo e começar a viagem. Gosto do cheiro deles. Velhos ou novos o cheiro dos livros faz as vezes de afrodisíaco. Gosto de entrar nas livrarias, nos sebos e folheá-los, ler as orelhas, gosto do peso, do formato, fico assustada quando penso que a ideia é acabar com o livro físico.

Como diz Ubaldo: até aqui, para lermos "precisávamos no máximo de uns óculos" , eis que o tal progresso nos apresenta um aparelhinho cujo custo, pelo menos a princípio, (e este princípio pode demorar) será apenas para alguns, quando hoje "basta apenas saber ler".

Trabalhando há tanto tempo numa locadora de livros, sei das dificuldades. Não digo que o brasileiro não gosta de ler, ele apenas não tem o hábito, mas foi, e ainda é para aqueles que gostam, e quem gosta de ler, gosta mesmo, e para aqueles que por vezes não podem comprar todos os livros que desejam, que eu achei que deveria abrir um negócio, onde eu amaria trabalhar, e onde as pessoas pudessem ter acesso a livros novos (as bibliotecas nem sempre, ou quase nunca têm os lançamentos), e antigos por um valor que estivesse ao alcance delas. E eu juro, para algumas pessoas, mesmo dessa maneira, por vezes, é um sacrifício, e elas mantém o serviço porque gostam muuuiiito de ler. O aparelhinho certamente não estaria ao alcance delas.

Sabemos que esta mudança não acontecerá da noite para o dia, mas, e ainda lembrando da crônica, João Ubaldo nos diz desse novo tempo de se trabalhar em casa que a princípio parece tão confortável, mas que nos tira o prazer de conhecer novas gentes, de tocar nas pessoas. O "progresso" tem tornado mais escasso o contato humano. Hoje estamos mesmo cada vez mais ligados às redes de relacionamento, webcans e MSN, e agora eis que nos chega mais uma novidade: ler numa maquininha. Talvez eu seja realmente uma senhorinha retrógrada e indignada, mas estou feliz porque percebo que estou em ótima companhia.

Como comecei dizendo lá em cima: queria muito escrever bem como ele, mas não foi nesta encarnação; daí, sugiro que procurem o jornal deste domingo 18/10/09, não importa se você leu isto hoje, ou daqui a muitos dias, a crônica, para um bom leitor, é imperdível. Até amanhã.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CARTAS DE AMOR


Como eu disse ontem, de agora em diante escreverei aqui todos os dias. Não apenas sobre os livros que leio, e que são lançamentos, mas também sobre aqueles que na verdade são eternos. O livro de hoje foi publicado pela primeira vez em 1690: CARTAS DE AMOR.
As cartas foram atribuídas a SOROR MARIANA ALCOFORADO apenas após o ano de 1810, antes disso, apesar de terem sido publicadas especulava-se quem as teria escrito: Racine? Guilleragues? Ou Mariana Alcoforado? O que sabemos é que as CARTAS têm hoje um lugar consagrado na história da literatura.
RAINER MARIA RILKE nos deixa o seguinte comentário: "Estas cinco cartas foram capazes, pela primeira vez, de desenhar os limites do amor da mulher, sem excessos, sem exagero e sem complacência, como se escritas pela mão de uma sibila... Ninguém permanecerá cego ao que demonstra o exemplo dessa amante suprema e seu deplorável parceiro, ninguém deixará de compreender o que revela a relação desses dois, toda a força, toda a virtude que, do lado da mulher, vem se opor à completa insuficiência do homem em matéria de amor."
Deixo aqui para você parte da primeira carta, e acredito que, se começar a lê-la, não deixará de procurar pelo final da mesma, e pelas outras quatro.

PRIMEIRA CARTA
Pense no quanto você não conseguiu prever o que aconteceria, meu amor. Quanta infelicidade! Fomos traídos por falsas esperanças. A paixão em que você depositava tantos planos de alegria não lhe causa hoje senão extrema angústia, só comparável à própria crueldade da ausência que ela mesma provoca.
Será que essa ausência - à qual minha dor, por mais complexa que seja, não consegue dar um nome amargo o suficiente -, será que me privará para sempre de olhar nesses olhos em que eu via tanto amor, que me moviam, que me enchiam de alegria, que me valiam por todas as coisas e que, enfim, me bastavam?
Eis que os meus é que foram privados da única luz que os animava. Não lhes resta senão lágrimas. E eu não os tenho empregado em nenhum outro objetivo que o deste choro ininterrupto - depois de compreender que você se decidiu por um afastamento tão insuportável para mim que me fará morrer em pouco tempo.
Mas parece que eu tenho uma fixação qualquer até mesmo por essa infelicidade de que você é a única causa. Assim que o vi, entreguei-lhe minha vida; e sinto mesmo algum prazer em sacrificá-la por você.
Mil vezes ao dia envio na sua direção os meus suspiros; eles procuram você por todos os lugares e, como recompensa para tanta ansiedade, não me trazem senão a mais franca advertência da minha má sorte - ela é que é cruel o bastante para não tolerar que eu me iluda, e que me diz a todo momento: pare, Mariana, sua louca, pare de se consumir em vão, de procurar por um amante que você não verá nunca mais, que atravessou os mares para fugir de você, que está na França mergulhado em prazeres, que, não pensa um único instante nessas sua dores, e que, ingrato, dispensa todo esse seu delírio...


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Já faz bastante tempo

Pois é, eis que eu demoro demais para vir até aqui pois nem sempre consigo, apesar de ler bastante, as palavras certas para fazer com que você, que quem sabe um dia apareça por aqui, se interesse, e fique viciado(a) em passar para saber das últimas novidades sobre livros, e olha que o objetivo deste blog foi fazer isto: dizer sobre os livros que leio, e escrever de forma tão interessante sobre ele que o(a) enlouquecesse de vontade de saber mais.
Mas é difícil demais escrever bem o suficiente, ainda que eu leia ótimos livros. Como a resistente proprietária desta locadora há dezoito anos eu vivo tentando fazer com que todos gostem de ler assim como eu, e por isso fico com tanto medo que acabo por não escrever nada, mas hoje recebi de um amigo virtual o endereço do blog da namorada dele, e descobri que posso escrever mais do que apenas tentativas de resumir um livro ao mesmo tempo em que este resumo tem que fazer você gostar dele tanto quanto eu. Posso deixar aqui alguma poesia de que gosto, um conto de um autor incrível, uma crônica de alguém que realmente escreva bem, então decidi: a partir de amanhã, todos os dias haverá aqui uma novidade.
Quem sabe um dia deixo algo tão bom que você passe a retornar diariamente?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

LIVROS ADQUIRIDOS NA BIENAL/2009

HISTÓRIA DE UM ANJO de Max Lucado


Eu não conhecia este autor, mas uma associada me pediu que comprasse livros dele., e inicialmente, eu fiz aquele corpo mole de quem não gosta nadinha de livros de auto-ajuda, embora haja vários no acervo da Locadora pois, afinal, estou longe demais de ser a dona da verdade, e muita gente diz que se beneficia dos conselhos dados em cada um deles.
Enfim, comprei primeiramente SEM MEDO DE VIVER, que vi em grandes anúncios nos para-brisas traseiros dos ônibus, e até agora não consegui que ele parasse por aqui para que eu pudesse lê-lo. Desde o primeiro dia o livro foi para a rua, e desde então estou à espera de que ele retorne para que eu o conheça melhor.
Eis que veio a Bienal, e lá eu encontrei um outro livro do mesmo autor. Este bem pequeno, de capa dura, assim, antes de cadastrá-lo resolvi que o leria para que não acontecesse o que houve com o outro que se foi, sem data para retornar.
E a história é uma releitura da concepção e nascimento de Jesus, e parece quase infanto-juvenil, mas é leitura agradável e rápida. Pela voz do anjo Gabriel acompanhamos a batalha entre as forças do Céu e do Inferno para impedir que Deus nos mande seu Filho para salvar a humanidade.
Creio que mais uma vez, aqueles que gostam do autor vão achar que eu acertei.

Pois é, estivemos na Bienal do livro/2009 e fizemos boas aquisições para nosso acervo. Estamos cadastrando e colocando no site e colocando já à disposição para locação.

* AO SOM DO MAR E A LUZ DO CÉU PROFUNDO - Nelson Motta
No final de 1959, o Rio de Janeiro ainda é a capital federal e Copacabana vive os seus últimos dias de glamour. É para lá que se muda a família do coronel Kleber Ferreira, realizando o sonho da mulher, Dona Eva, que abre uma loja de doces e se apaixona por um delegado bonitão e cafajeste. Alertado por uma carta anônima, o marido contrata um detetive particular e a vida de Eva começa a correr perigo.
No bairro Peixoto, a vida não será a mesma depois da chegada dos novos vizinhos da família Ferreira, o adido militar americano Francis W. Simon, sua filha de 17 anos, apaixonados pelo Brasil paradísíaco dos filmes e das músicas e ansiosos para descobrir o país real.
Na Califórnia, Carol estudava Português, ouvia discos e folhaeava revistas brasileiras sonhando com as praias e com seu primeiro carnaval. Quando chega ao Rio de Janeiro, ela escandaliza e conquista a vizinhança, principalmente os adolescentes do bairro Peixoto, encantados com seus maiôs de duas peças, suas pernas torneadas e sua cabeleira ruiva, e um surpreendente talento para o futebol. Filha de Dona Eva e bonita como a mãe, Marina se torna amiga e confidente de Carol.
Preto, magrelo e dentuço, Bombril é carque da bola e da simpatia, melhor amigo de Marina, ele fvai ensinar Carol a jogar futebol e aprender inglês com ela, para inveja da turma de garotos.
Entre medos e esperanças, desejos e segredos, o amor e a amizade se misturam e explodem nos corações, entre sambas, marchinhas e jatos de lança-perfume, a vida e a morte dançam juntas no Bairro Peixoto, ao som do mar e a luz do céu profundo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Assassinos Seriais



Faz umas duas semanas que estou lendo livros sobre assassinos seriais. De vez em quando acontece uma coisa dessas: eu cismo com um assunto, e prego nele. Chegam todos os tipos de livros, mas eu fico ali, colada naqueles que tratam do mesmo tema, e agora está na vez dos serial killers.
Há um ano e meio mais ou menos saiu um livro, CORAÇÃO FERIDO, autora Chelsea Cain, e a história trata de uma psicopata belíssima (Gretchen Lowell) que, perseguida por um investigador (Archie Sheridan) durante 10 anos, acaba por conseguir capturá-lo, e o tortura por dez longos dias, após os quais, surpeendentemente se entrega, e o deixa viver. Mas nosso detetive jamais será o mesmo. Ele se torna alguém de saúde frágil, viciado em analgésicos, com uma saúde para sempre comprometida, uma família partida, e viciado na pior das drogas: a sua própria algoz.
Bem o livro é incrível porque embora racionalmente saibamos que não é nada correto torcer para que uma mulher como Gretchen permaneça viva, acabamos desejando que a história continue, e que o relacionamento entre os dois, detetive e assassina prossiga. Não é uma torcida pela vilã, mas uma necessidade de mais ...
E eis que finalmente sai o segundo volume: CORAÇÃO APAIXONADO, quando vemos que a vida do nosso detetive continua caótica, sua saúde fragílima, e o que o mantém é o desejo de rever, de manter contato, de prosseguir no seu torto relacionamento com a assassina.
Novos corpos, novos crimes, e continuo estranhamente, morbidamente como o nosso herói a torcer por esta assassina.
Bem, não vou continuar contando esta história para você, mas acho que se você ousar entrar no mundo desta assassina, como eu, vai torcer por ela também. E como eu, vai aguardar ansiosamente pelo terceiro: CORAÇÃO MALIGNO.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

32 - 32 anos, 32 homens, 32 tatuagens


"Leitura para quem não suporta mais amar e, ainda assim, ama desesperadamente." Termina desse jeitinho a orelha do novo livro de Stella Florence, e eu o peguei ontem para ler, exatamente no momento em que o recebi. Não pude largá-lo até que terminasse, e pensei: dessa vez vai ser bem fácil dizer sobre o livro; afinal, eu gostei demais!!!
Sento aqui, e travo. Nada do que eu disser vai chegar perto do que eu gostaria.
Talvez algumas pessoas digam que a personagem é um louca que transa com todo mundo. Há sempre gente para interpretar da forma mais rasa, mas o livro é tudo, menos raso. Ela faz graça com o que mais dói, tenta tornar leve o que nem de longe é leve. E consegue. Ela segue contando cada um de seus muitos casos, e da sua busca pela satisfação definitiva, aquela que aparentemente todas as mulheres dos 12 aos 100 continuam esperando. Aquela sensação de completude que, sabe-se lá por que acreditamos que chegará quando encontrarmos o parceiro verdadeiro, a alma gêmea, cara-metade, sei lá... e em algum momento da jornada nos tornamos cínicas, afastando até mesmo o que poderia senão durar para sempre, durar um quase para sempre.
Enfim, estou tentando há horas dizer alguma coisa muito legal que faça com que você tenha muita vontade de ler o livro, mas como já disse antes, qualquer coisa que eu diga, é menor que o próprio livro, então, acredite em mim, e quando for escolher a sua leitura da semana não hesite: 32 - 32 ANOS, 32 HOMENS, 32 TATUAGENS


sábado, 8 de agosto de 2009

AUTO-ESTRADA


Gosto muito do Stephen King, sou daquelas fãs de carteirinha, que conhecem todos os livros e vive à espera de que saia mais um. Nunca me canso.
E há pouco tempo saiu AUTO-ESTRADA , daqueles que ele escreveu com o pseudônimo de Richard Bachman. Comecei a ler esperando uma história fantástica, mais um livro para eu sentir medo, mas qual não foi a minha surpresa quando vi que não se tratava de uma história de terror, não daquele terror com o qual sempre conto quando começo um livro do autor. Este livro nos conta sobre um homem desesperado. O tempo: 1973. O motivo: a construção de uma auto-estrada que para ser construída derrubará tudo à sua volta, levando com isso a casa onde ele viveu os anos de seu casamento, e a lavanderia onde trabalhou toda uma vida. E nosso personagem perdeu seu filho único, todas as lembranças que tem dele, e de um tempo melhor estão naqueles lugares. Não podem lhe tirar ainda mais. Nosso personagem vai enlouquecendo de uma loucura consciente, sabedora de que está lutando contra o inexorável, e procurando uma forma de não permitir que lhe tirem mais do que já foi tirado.
Fico aqui querendo lhe contar toda esta história do meu jeito, mas sei que não devo, creio que você deveria aceitar minha sugestão, e conferir mais este livro de King.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ainda sobre O CLUBE DO FILME


Acredito que, se houver oportunidade, o evento abaixo vai ser bom demais. Se veio até este blog hoje, aproveite a sugestão.

Terça |
04
Prosa nas Livrarias: David Gilmour, de O Clube do Filme

Título: O CLUBE DO FILME
Autores: David Gilmour / Luciano Trigo
Editora: Intrínseca

Autor de um dos maiores sucessos da temporada, o livro O Clube do Filme, o norte americano David Gilmour estará na Travessa dentro do projeto Prosa nas Livrarias, do Jornal O Globo. Gilmour vem com o filho Jesse, cuja história de parceria em torno do cinema é narrada no livro. Também participa do debate Adaílton Medeiros, criador do cinema Ponto Cine, em Guadalupe e vencedor do Prêmio Faz Diferença do Globo. A entrada é gratuita e haverá tradução simultânea.


Local: BarraShopping
Horário: 19:30

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Clube do Filme


Criar filhos, saber o que é melhor para eles, tomar a atitude correta, dizer o que é preciso, agir de forma a torná-los pessoas felizes... coisa mais difícil essa. E a gente que já foi filho, e que naquele tempo sabia todas as respostas fica "chapada" porque quando chega a hora de sermos pais, tudo aquilo que apregoávamos, todas as nossas muitas certezas acabam caindo por terra e ficamos ali; nos perguntando o que na verdade deveríamos fazer, como agir, como não tornar infelizes aquelas pessoas que passam a ser, sabe-se lá Deus por que, as mais importantes de nossas vidas,. Acabamos meio desesperados, e com o autor não foi diferente.
Filho adolescente, odiando cada dia de aula, desinteressado, desmotivado, e o pai ali, sem saber o que fazer... E eis que o autor toma uma atitude aparentemente temerária: você não gosta da escola? não quer mais estudar? Pois bem: não estude. Largue a escola e firme comigo um compromisso. Desde que você não se drogue, nem tome nenhuma atitude que atente contra sua vida, o que precisará fazer é assistir comigo a três filmes por semana. Eis a proposta de David Gilmour - e ele nem é do Pink Floyd - para tentar fazer com que o filho, em algum momento encontre suas próprias respostas sobre o que fazer com o tal "futuro", que é o que aprendemos, desde sempre, que importa.
E em meio a todas as muitas dúvidas, é com todo o medo do mundo que ele mergulha nessa experiência, e é lindo ver como tudo acontece. Como os dois , ao discutirem o que vêem, passam a saber muito mais um do outro, e por conta do tempo passado assistindo aos filmes , as conversas se tornam mais intimistas. E passam a dizer da dor, da forma de ver o sexo, dos relacionamentos, do amor, da insegurança em relação as mulheres, à vida, do medo que cada um de nós tem dentro de si todo o tempo, e à medida que o autor narra sua experiência, uma amizade, uma confiança, uma intimidade, que eu aqui, mãe de duas, e que tive todas essas muitas dúvidas, moro de inveja de não ter tido toda essa coragem, ou quem sabe, uma idéia fantástica com essa. O filho cresce a cada dia com aquelas tardes de cinema, e o pai ora se assusta, ora se orgulha, e a aproximação faz. Na verdade, os dois se tornam muito, mais muito melhores a cada dia, e vemos que ele acaba por conseguir o que poucos pais teriam a coragem de tentar: apenas deixar que o filho seja.
E a narrativa flui, é leve, boa de ler. A experiência é incrível, e o melhor de tudo.: não é uma estória, é uma história. Aconteceu de verdade com os dois, e para que você possa chegar ao final dessa experiência inusitada, faz-se necessário que você leia o livro.
E eu aconselho: não deixe de fazê-lo. Creio que há bastante o que aprender com a narrativa; uma experiência que, à vista de alguns tinha tudo para dar errado, mas... o resto eu não vou contar, mas espero que você possa comentar comigo o que achou. Até lá.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Depois de todo esse tempo: A CABANA


Todos sabem que eu, embora seja louca por livros, e como diz a minha irmã, nem um pouco seletiva, pois leio de tudo sem discriminação, na verdade, tenho uma certa trava com os tais livros de auto-ajuda, mas os leio, e de vez em quando mordo a língua diante do meu próprio pré-conceito, uma vez que nem li ainda, e já não gostei. Foi o que me aconteceu com o incensado A CABANA de William P. Young. Ele chegou à lista dos dos mais vendidos, os meus associados já tinham lido, e eu ainda me demorava para começar.
Alguns me perguntavam o que eu havia achado, e eu dizia que ainda não havia lido, mas, quando já não dava mais para retardar a leitura, resignei-me, peguei o livro, e não pude largá-lo.
Não é uma história pretensiosa. É uma história simples, que fala de Deus. Mas não o Deus ao qual eu me acostumei a temer, criada por uma avó um pouco mais que católica, mas um do jeitinho que eu sempre desejei que fosse: próximo, falível, doce, quente, engraçado, e pronto, para ser pai, para perdoar, para entender, para me ensinar a me perdoar...
E fiquei ali, me sentindo tão bem, tão filha Dele, achando tão possível que Ele realmente me ouvisse, e compactuasse (sem nenhuma conotação pejorativa) comigo nas minhas muitas falhas e inseguranças, e pudesse rir de mim e comigo. Enfim, um Deus pleno de bondade, de carinho e de vontade que eu acreditasse Nele.
Que me perdoem os que como eu crêem que todos os livros de auto-ajuda só são realmente bons para aqueles que os escrevem. Gostei demais da história, e se você não a leu, aproveite a oportunidade , e venha lê-lo conosco. Talvez o seu professor de Literatura não concorde, mas não será uma perda de tempo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Para Sempre Alice



O mal de Alzheimer, doença sobre a qual ainda não sabemos o suficiente, mas que temos por perto, ou até mesmo em nossa família, um caso para contar.
PARA SEMPRE ALICE é um romance, e não pretende ser mais que isso, mas acaba sendo. A autora, Lisa Genova conta uma história linda sobre uma professora de Harvard, uma cientista, uma mulher de mente brilhante, e que repentinamente percebe que sua vida mudará radicalmente, a partir da descoberta da doença.
Seu relacionamento com o marido, cientista como ela, e que, inicialmente tudo faz para negar a degeneração da mente de sua mulher, a forma como seus três filhos lidam com a doença, e com a velocidade da perda da cognição dessa mulher, antes admiradíssima por seus alunos e colegas como aquela que jamais se esquecia de coisa alguma.
Não é um livro triste, ao contrário, há uma força espetacular nesta professora que luta o quanto pode para retardar ao máximo os sintomas dessa doença, e como, ao perceber o quão difícil isto se torna, mais uma vez ela demonstra sua coragem aprendendo a conviver com cada perda diária de sua história, de sua vida.
O desejo que tenho é de contar aqui a história todinha para vocês, mas não vou fazê-lo. Vou esperar que venham lê-lo conosco.
Um lindo final de semana para vocês.
Em tempo: Não posso de deixar de dizer também sobre outro livro sobre o mesmo tema, e este uma não ficção de uma autora que amo: HELOISA SEIXAS. Este, um depoimento da autora sobre sua convivência com a doença de sua mãe - O LUGAR ESCURO (UMA HISTÓRIA DE SENILIDADE E LOUCURA).




terça-feira, 14 de julho de 2009

Sobre o livro "Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite"


Vivenciando há dezoito anos a rotina desta locadora de livros, e lendo menos do que eu deveria, mas mais do que a média do povo, eis que de vez em quando acontece um livro que me comove profundamente, que me deixa meio tonta, meio bagunçada. Aconteceu com Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite, e que eu queria que não acabasse nunca, e ao mesmo tempo queria chegar ao final... queria conhecer a autora (Fal Azevedo), queria que ela gostasse de mim... sei lá.. uma maluquice, e foi tamanha a admiração, o prazer de ler, que eu, que odeio invadir quem não conheço não resisti: escrevi para a autora e agradeci por ela ter partilhado comigo um pedaço de sua alma, e neste processo me obrigando a lidar com a minha. Por este livro, e por outros é que apesar de ser sempre tão difícil, não consigo me imaginar trabalhando em outro segmento.
A autora é simpática demais, respondeu prontamente ao meu e-mail, e eu agora aproveito para dizer a todos: não deixem de ler este livro. É bom demais encontrar uma história assim...