quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Clube do Filme


Criar filhos, saber o que é melhor para eles, tomar a atitude correta, dizer o que é preciso, agir de forma a torná-los pessoas felizes... coisa mais difícil essa. E a gente que já foi filho, e que naquele tempo sabia todas as respostas fica "chapada" porque quando chega a hora de sermos pais, tudo aquilo que apregoávamos, todas as nossas muitas certezas acabam caindo por terra e ficamos ali; nos perguntando o que na verdade deveríamos fazer, como agir, como não tornar infelizes aquelas pessoas que passam a ser, sabe-se lá Deus por que, as mais importantes de nossas vidas,. Acabamos meio desesperados, e com o autor não foi diferente.
Filho adolescente, odiando cada dia de aula, desinteressado, desmotivado, e o pai ali, sem saber o que fazer... E eis que o autor toma uma atitude aparentemente temerária: você não gosta da escola? não quer mais estudar? Pois bem: não estude. Largue a escola e firme comigo um compromisso. Desde que você não se drogue, nem tome nenhuma atitude que atente contra sua vida, o que precisará fazer é assistir comigo a três filmes por semana. Eis a proposta de David Gilmour - e ele nem é do Pink Floyd - para tentar fazer com que o filho, em algum momento encontre suas próprias respostas sobre o que fazer com o tal "futuro", que é o que aprendemos, desde sempre, que importa.
E em meio a todas as muitas dúvidas, é com todo o medo do mundo que ele mergulha nessa experiência, e é lindo ver como tudo acontece. Como os dois , ao discutirem o que vêem, passam a saber muito mais um do outro, e por conta do tempo passado assistindo aos filmes , as conversas se tornam mais intimistas. E passam a dizer da dor, da forma de ver o sexo, dos relacionamentos, do amor, da insegurança em relação as mulheres, à vida, do medo que cada um de nós tem dentro de si todo o tempo, e à medida que o autor narra sua experiência, uma amizade, uma confiança, uma intimidade, que eu aqui, mãe de duas, e que tive todas essas muitas dúvidas, moro de inveja de não ter tido toda essa coragem, ou quem sabe, uma idéia fantástica com essa. O filho cresce a cada dia com aquelas tardes de cinema, e o pai ora se assusta, ora se orgulha, e a aproximação faz. Na verdade, os dois se tornam muito, mais muito melhores a cada dia, e vemos que ele acaba por conseguir o que poucos pais teriam a coragem de tentar: apenas deixar que o filho seja.
E a narrativa flui, é leve, boa de ler. A experiência é incrível, e o melhor de tudo.: não é uma estória, é uma história. Aconteceu de verdade com os dois, e para que você possa chegar ao final dessa experiência inusitada, faz-se necessário que você leia o livro.
E eu aconselho: não deixe de fazê-lo. Creio que há bastante o que aprender com a narrativa; uma experiência que, à vista de alguns tinha tudo para dar errado, mas... o resto eu não vou contar, mas espero que você possa comentar comigo o que achou. Até lá.

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