segunda-feira, 17 de setembro de 2012

RELÍQUIAS - TESS GERRITSEN

Minha profissão é ler, mas infelizmente não é escrever. Sou boa contadora de histórias, e quando me perguntam por um livro fico completamente entusiasmada e saio contando. Tenho uma locadora de livros. Se conto a história toda, para que o associado vai pegar o livro para ler? Então eles me param, e eu fico esperando que depois de ler, possamos comentar a história.
Certos autores quando começam a publicar no Brasil nos entusiasmam muito. Gosto de suspense, histórias sobre serial killers, assassinos que nos arrepiam, daqueles que ficamos nos perguntando: será que é possível existir, de verdade, um ser desse jeito? Com esse grau de maluquice ou maldade? Ou eles são apenas a criação de uma mente muito criativa?
Quando saiu o primeiro livro da Tess Gerritsen traduzido aqui pela Record, “O Cirurgião”, eu achei maravilhoso, gostei daquela legista, Maura Isles, séria, com uma história de vida meio mal resolvida, mas com uma vida profissional irrepreensível. O assassino, perfeito em sua maldade. A policial Jane Rizzolli, uma descendente de italianos meio bronca, mas competente e com uma meiguice embutida naquela grossura toda. Uma ótima história. E veio “O Dominador”, onde ela mantém o ritmo, o mesmo assassino, e o poder de prender do livro. Depois desses vieram outros menos empolgantes: “Desaparecidas”, “Jardim de Ossos”, “Clube Mefisto”, “Vida Assistida”, e as histórias ficaram meio óbvias embora o meu queridíssimo Stephen King venha em cada capa atestar que: “Tess Gerritsen é leitura obrigatória em minha casa.”
Aproveitando que a autora vendia bem, a Record deu uma investida no sucesso de vendas  da moça e nos brindou  com o chatíssimo “O Delator”, e eu continuei a lê-los porque, como disse lá no início: minha profissão é essa.
Mas neste sábado, assim meio desanimada, peguei o lançamento “Relíquias”, e eis que me peguei ficando animada.  A história é boa gente!
A doutora Maura Isles é chamada para autenticar a idade de uma múmia encontrada nos porões de um pequeno museu. A peça se encontra em excelente estado de conservação, os testes de carbono 14 foram feitos nas faixas de linho que a envolvem comprovando que se trata de tecido antiqüíssimo, aparentemente do século II a.C., mas ao passá-la pelo tomógrafo, veem que há um metal na perna de Madame X, (nome dado à múmia pelos curadores do museu), e aprofundando um pouco mais o exame, a doutora Isles vê que é uma bala. Para infelicidade do curador do museu, a peça é transportada para o necrotério onde descobrem que se trata de uma mulher de mais ou menos 35 anos, e o cadáver, embora tratado para parecer uma antiga múmia egípcia, apenas escondia um crime.
Fazendo uma varredura nos porões do museu, encontram outras provas de que mulheres estão sendo assassinadas e transformadas em relíquias. Todas são morenas, todas têm cabelos pretos,  são de uma beleza acima da média, e coincidentemente muito parecidas com a arqueóloga, a jovem Josephine Pulcillo, assistente do curador do museu. Neste momento, e Tess Gerritsen consegue segurar bastante bem a narrativa, começa a caçada ao serial killer que Jane Rizzolli e Maura Isles têm certeza de que ainda está atuante.
Bem, o livro é ágil, curioso, bem escrito, seguimos todo o tempo querendo descobrir o seu final, enfim, mais próximo dos melhores livros já escritos pela autora. Um livro que não decepciona.

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