Há livros que chegam a esta locadora pelas mãos dos
associados, sugestões que eles alcançam nas páginas das revistas entre os mais
vendidos, são aqueles famosos, os que estão entre os dez mais vendidos, os dez
mais lidos, enfim, não foi o caso deste livro.
Sim, ele veio pela mão de um associado, mas foi um presente,
ele mesmo não sabia se “prestava” para ser lido pelos outros, mas tinha certeza
absoluta que eu iria gostar. E é engraçado, ele nunca erra.
Desde o início foi como um soco no estômago, uma bofetada, e
era uma história de mãe e filha. Histórias com este tema tendem sim a certa oposição
entre as duas, mas lá pelas tantas, e até onde sou leitora as pendengas se
acertam, e a impressão que dá é que para o melhor ou para o pior venceu a
maternidade. Não em UMA DUAS. Não
neste livro.
Laura e Maria Lúcia, filha e mãe.
Pelas mãos de ambas vamos sufocando nesta relação de amor e
ódio que ao mesmo tempo as une e as afasta. Quaisquer palavras que eu queira
dizer aqui para dar minimamente a ideia do texto, é fraca demais. Pequena demais. Há que se ter
coragem para lê-lo. Há que se ter mais coragem ainda ao nos depararmos aqui e
ali com o mesmo desconforto sentido por ambas, e que até aqui, nem ao menos
sabíamos que também fazia parte do nosso universo.
A partir de um telefonema da vizinha pedindo a Laura que vá
ao apartamento da mãe, que já não atende à porta ou ao telefone há dias, vamos
com Laura e Maria Lúcia em queda livre rasgar a dor que permeia cada uma das
narrativas que se entrelaçam para chegarmos a um final que nos acompanhará
mesmo depois de outros vinte livros lidos.
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