RELÍQUIAS - TESS GERRITSEN
Minha profissão é ler, mas infelizmente não é escrever. Sou
boa contadora de histórias, e quando me perguntam por um livro fico
completamente entusiasmada e saio contando. Tenho uma locadora de livros. Se
conto a história toda, para que o associado vai pegar o livro para ler? Então
eles me param, e eu fico esperando que depois de ler, possamos comentar a
história.
Certos autores quando começam a publicar no Brasil nos entusiasmam
muito. Gosto de suspense, histórias sobre serial killers, assassinos que nos
arrepiam, daqueles que ficamos nos perguntando: será que é possível existir, de
verdade, um ser desse jeito? Com esse grau de maluquice ou maldade? Ou eles são
apenas a criação de uma mente muito criativa?
Quando saiu o primeiro livro da Tess Gerritsen traduzido aqui
pela Record, “O Cirurgião”, eu achei maravilhoso, gostei daquela legista, Maura
Isles, séria, com uma história de vida meio mal resolvida, mas com uma vida profissional
irrepreensível. O assassino, perfeito em sua maldade. A policial Jane Rizzolli,
uma descendente de italianos meio bronca, mas competente e com uma meiguice
embutida naquela grossura toda. Uma ótima história. E veio “O Dominador”, onde
ela mantém o ritmo, o mesmo assassino, e o poder de prender do livro. Depois
desses vieram outros menos empolgantes: “Desaparecidas”, “Jardim de Ossos”, “Clube
Mefisto”, “Vida Assistida”, e as histórias ficaram meio óbvias embora o meu
queridíssimo Stephen King venha em cada capa atestar que: “Tess Gerritsen é
leitura obrigatória em minha casa.”
Aproveitando que a autora vendia bem, a Record deu uma investida
no sucesso de vendas da moça e nos
brindou com o chatíssimo “O Delator”, e
eu continuei a lê-los porque, como disse lá no início: minha profissão é essa.
Mas neste sábado, assim meio desanimada, peguei o lançamento “Relíquias”,
e eis que me peguei ficando animada. A
história é boa gente!
A doutora Maura Isles é chamada para autenticar a idade de uma
múmia encontrada nos porões de um pequeno museu. A peça se encontra em
excelente estado de conservação, os testes de carbono 14 foram feitos nas
faixas de linho que a envolvem comprovando que se trata de tecido antiqüíssimo,
aparentemente do século II a.C., mas ao passá-la pelo tomógrafo, veem que há um
metal na perna de Madame X, (nome dado à múmia pelos curadores do museu), e
aprofundando um pouco mais o exame, a doutora Isles vê que é uma bala. Para
infelicidade do curador do museu, a peça é transportada para o necrotério onde
descobrem que se trata de uma mulher de mais ou menos 35 anos, e o cadáver,
embora tratado para parecer uma antiga múmia egípcia, apenas escondia um crime.
Fazendo uma varredura nos porões do museu, encontram outras
provas de que mulheres estão sendo assassinadas e transformadas em relíquias. Todas
são morenas, todas têm cabelos pretos, são
de uma beleza acima da média, e coincidentemente muito parecidas com a
arqueóloga, a jovem Josephine Pulcillo, assistente do curador do museu. Neste momento,
e Tess Gerritsen consegue segurar bastante bem a narrativa, começa a caçada ao
serial killer que Jane Rizzolli e Maura Isles têm certeza de que ainda está
atuante.
Bem, o livro é ágil, curioso, bem escrito, seguimos todo o
tempo querendo descobrir o seu final, enfim, mais próximo dos melhores livros
já escritos pela autora. Um livro que não decepciona.
Que legal seu post. Já fiquei com vontade de ler este autor!!
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