sexta-feira, 10 de agosto de 2012

James Joyce deu o que falar esta semana!

Esta semana tivemos uma troca de farpas entre o crítico literário do The Guardian e Paulo Coelho.
O escritor brasileiro disse em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo que Ulysses, a grande obra de James Joyce, era só estilo, e que se dissecássemos a obra teríamos apenas um "twit".
Esta entrevista deu uma sacudida nos fãs de Joyce, que se indignaram aos milhares no Facebook.
Criticando o autor brasileiro, o crítico inglês Samuel Johnson do The Guardian disse que "um mosquito pode picar um cavalo, mas o cavalo continuará sendo um cavalo, e o mosquito, nada mais do que um mosquito."
Farpas de lado, temos que render homenagem à obra.
A ação de ULISSES transcorre em Dublin num único dia, 16 de junho de 1904, e é narrada através de um prelúdio em três partes, um núcleo de doze capítulos e um final tripartido. A divisão ternária, em perfeita simetria, evoca as significações cabalísticas do três. Estudos receentes de lingüística, com auxílio de computador, dão ULISSES como aobra de estrutura matematicamente mais perfeita de toda a literatura. A linguagem utilizada por Joyce, que vai do poema à ópera, do sermão à farsa, contém não apenas termos usuais - da prosa clássica à mais grosseira gíria -, mas também elementos criados pelo escritor com base em seus conhecimentos de latim, grego, sânscrito e uma vintena de idiomas modernos. Fazendo um paralelo com a Odisséia de Homero, Joyce cria uma viagem experimental ao mundo de hoje, obtendo vigorosa síntese de suas descobertas científicas, seus problemas sociais, religiosos, estéticos, sexuais. As personagens centrais correspondem aos protagonistas da epopéia grega: Mary Bloom, esposa do herói, é Penélope; Stephen Dedalus é Telêmaco, Leopold Bloom é Ulisses. Na versão de Joyce, a imagem de Ulisses é a de um ser arrasado, traído pela mulher, totalmente distinto do invencível herói criado por Homero.

Nenhum comentário:

Postar um comentário